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Banquete Ritualístico da A.’.R.’.L.’.S.’. Aurora de Brasília nº 1634

A A.’.R.’.L.’.S.’. Aurora de Brasília nº 1634, Grande Benfeitora da Ordem, sob o comando do Venerável Mestre DIONÍSIO LEONE LAMERA, promoveu na noite da última sexta-feira do mês de junho (27), um Banquete Ritualístico em comemoração ao solstício de inverno. Os Maçons confraternizaram-se em torno de uma mesa de refeições e iguarias preparados com muito amor pelas Cunhadas.

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Na mesa principal, tiveram assento o Eminente Ir.’. JOSÉ MAGELA DO NASCIMENTO, Presidente da ADL/GODF, o Eminente Ir.’. LUIZ GONZAGA DA ROCHA, Presidente do Tribunal Distrital de Justiça Maçônica, do Pod.’. Ir.’. ROBSON GOUVEIA, Secretário de Comunicação do GODF, do Eminente Ir.’. ANTÔNIO MAFALDO DO PRADO, Comandante em Chefe do Pod.’. Consistório Príncipes do Real Segredo nº 50078, Acampamento de Taguatinga-DF, além de uma plêiade de Ilustres Irmãos representantes dos mais diferentes Altos Corpos Maçônicos.

Embora um tanto longa, a matéria a seguir, procura trazer à lume alguns esclarecimentos da natureza de um Banquete Maçônica e a sua alta significação para o Povo Maçônico.

Os Maçons têm por tradição reunirem-se muitas vezes após os trabalhos para realização de um ágape – termo que designa o repasto dos primitivos cristãos. A palavra “banquete” surgiu desse hábito, “pois ela deriva do italiano ‘banqueto’, que era o banquinho em que os primeiros cristãos sentavam-se, durante as ceias comunitárias nas catacumbas, onde se escondiam dos tentáculos do império romano.

A dinâmica da vida atual, principalmente nos grandes centros, tem levado muitas Lojas a não realizar os ágapes ao final dos trabalhos maçônicos. Contudo, algumas Lojas têm mantido a tradição da realização anual da Loja de Mesa, tradição que vem da Maçonaria de ofício, ou operativa, e dos primeiros Maçons aceitos, da moderna Maçonaria.

ÁGAPES

É a refeição em que os cristãos primitivos se reuniam para comemorar a última ceia de Jesus Cristo com seus discípulos, e davam-se mutuamente o ósculo de paz e fraternidade. Estava associada à Eucaristia. Ambas essas cerimônias foram depois separadas, e por último os ágapes foram suprimidos pela Igreja, alegando prática de abusos.

A Maçonaria moderna (1723) elegia os seus dirigentes por ocasião das reuniões convocadas para o banquete, tendo sido sempre ao redor de uma mesa que se tomavam as decisões importantes e como exemplo cita a Ceia do Senhor e a dos Cavaleiros da Távola Redonda.

Como visto, ágape era uma refeição que os antigos (primitivos) cristãos faziam em comum. Eles se reuniam em torno de uma mesa disposta em formato de ferradura, pois para eles esta disposição transmitia a ideia de imagem do céu em suas épocas solares.

A realização desse ágape, muito comum entre os essênios, deu origem à eucaristia, haja vista que a Igreja herdou muitas das práticas hebraico-judaicas. Assim, a Liturgia Eucarística da Missa é uma das partes em que a influência hebraica mais se manifesta. A Oração Eucarística é considerada o ponto central da ação de graças e consagração em que se revive a última Ceia de Jesus, quando, lançando as bênçãos sobre o pão e o vinho, ele os distribui entre os convivas; depois da devida preparação, realiza-se a Comunhão entre os fiéis, que se reveste do recebimento do corpo e do sangue do Cristo, como alimento espiritual.

Também, entre os demais povos da antiguidade, os banquetes eram frequentes. Qualquer evento extraordinário se transformava em motivação para que uma família, uma associação ou um grupo social se reunisse, para comemorar ao redor de uma mesa.

Além dos hebreus, que demonstravam particular prazer com suas festividades, os egípcios e os gregos as celebravam, com singular recolhimento de convidar os deuses para os seus banquetes sagrados. De igual forma, os romanos não se esqueciam de convidar os Deuses festins, colocando-os em leitos que circundavam as mesas guarnecidas com iguarias.

Os Maçons, coparticipando dos banquetes primitivos, mantiveram as tradições antigas, realizando um belo culto ao simbolismo em seus dias festivos.

Segundo Castellani (autor maçônico) “por herança recebida dos membros das organizações de ofício, que, tradicionalmente, costumavam comemorar os solstícios, essa prática chegou à Maçonaria moderna, mas já temperada pela influência da Igreja sobre as corporações operativas. Como as datas dos solstícios são, aproximadamente, 22 de junho e 22 de dezembro, muito próximas das datas comemorativas de São João Batista – 24 de junho – e de São João Evangelista – 27 de dezembro – elas acabaram por se confundir com estas, entre os operativos, chegando a atualidade. Hoje, a posse dos Grão-Mestres das Obediências e dos Veneráveis Mestres das Lojas realiza-se a 24 de junho, ou em data bem próxima; e não se pode esquecer que a primeira obediência Maçônica do mundo, a Premier Grand Lodge, foi fundada em 1717, em Londres, no dia de São João Batista”.

Há que ser feito um registro, ainda que não diretamente vinculado ao tema, mas para que possa ter uma visão ampla, e não estreita, do assunto envolvendo a Loja de Mesa ou Banquete Ritualístico.

A Maçonaria da atualidade, denominada como especulativa, deveria, na verdade, ser conhecida como Maçonaria dos Aceitos, haja vista que a forma atual da instituição maçônica somente se iniciaria no final do século XVI, quando foi aceito o primeiro homem não ligado à arte de construir, em 1600, na “St. Mary’s Chapell Lodge” (Loja da Capela de Santa Maria), em Edimburgo, na Escócia.

Desde então, as organizações operativas, devido ao declínio da arquitetura gótica, para sobreviver passaram a admitir homens não ligados à arte, em geral pessoas de destaque na sociedade, os quais passaram a ser denominados de Maçons Aceitos.

Daí, então, a adoção pela Maçonaria das datas de 24 de junho e 27 de dezembro e, provavelmente, por consequência, os dois São João – o Batista e o Evangelista – terem se tornado os padroeiros das Lojas de aceitos, de diversos Ritos até a atualidade. Apesar de Castellani dizer que “essas Lojas são chamadas de São João, provavelmente em decorrência do título que as corporações de construtores tinham, na Idade Média: Confraternidades de São João”.

O que é de conhecimento geral é que as festas de São João Batista, a 24 de junho – solstício de inverno, em nosso hemisfério – e de São João Evangelista – solstício de verão, em nosso hemisfério – são celebradas pelos Maçons com Sessões Especiais.

Como não se sabe a qual São João grande parte da Maçonaria honra como padroeiro, os dois são aceitos como tal. Mas, a maioria dos autores destaca São João Batista como o verdadeiro padroeiro, por ter sido ele tomado como patrono pelos membros das sociedades de construtores romanos – os “collegiati” – convertidos ao cristianismo, e ainda pelo fato de os colégios de arquitetos celebrarem, assim como os povos da antiguidade, naquele hemisfério (Norte), o solstício de verão. Esta tese foi reforçada pela fundação da primeira Obediência Maçônica do mundo – a Premier Grand Lodge – a 24 de junho de 1717.

LOJA DE MESA

Passemos, então, ao conjunto de procedimentos que são utilizados no decorrer de uma Loja de Mesa ou, como coloquialmente vem sendo denominado, de um Banquete Ritualístico.

O que é um Banquete Ritualístico? É a sessão ritualística em que os maçons se confraternizam em torno de uma mesa de refeições.

De maneira geral, o Banquete Ritualístico deve ser realizado nos edifícios maçônicos, em salas apropriadas. Pode, todavia, ter lugar em qualquer outro edifício, contanto que tudo esteja disposto de maneira que, de fora, nada se possa ver e ouvir; isso significa que o Banquete Ritualístico deve estar a coberto dos olhos profanos, já que se trata de uma sessão ritualística.

Como dito, o Banquete Ritualístico, antigo costume maçônico, deveria ser realizado pelo menos uma vez por ano, de preferência no solstício de inverno (no hemisfério Sul), ou de verão (no hemisfério Norte). Os solstícios ocorrem quando o Sol atinge sua posição mais afastada do equador terrestre: para o hemisfério sul, o solstício de verão ocorre quando o Sol atinge sua posição mais austral (meridional, sul), enquanto o solstício de inverno ocorre quando o Sol atinge sua posição mais boreal (setentrional, norte).

O solstício de inverno, em nosso hemisfério, ocorre a 21 de junho, que é, então, a época mais propícia para o Banquete Ritualístico, embora muitas Oficinas o realizem no dia 24 de junho, aproveitando o solstício e homenageando o padroeiro de muitos ritos maçônicos, São João, o Batista, conforme visto na Introdução deste trabalho.

O Banquete Ritualístico também pode ser realizado no solstício de inverno no hemisfério norte, 21 de dezembro, ou a 27 de dezembro, em homenagem a São João, o Evangelista.

Tudo o que é usado no Banquete Ritualístico tem um nome simbólico, ligado à arte de construir, aos materiais de construção e aos instrumentos necessários ao trabalho de edificação.

A Loja de Mesa ou Banquete Ritualístico reveste-se de uma cerimônia sagrada, que deveria ser praticada pelas Lojas, anualmente, com toda solenidade, nas duas grandes festas tradicionais e, eminentemente simbólicas, que são as chamadas Festas Solsticiais ou de São João. Nessas festas são celebrados os Banquetes Fraternais.

O Banquete Ritualístico, como visto, tem reminiscências antiquíssimas – Ceia dos Apóstolos, Ceia Pascoal dos Judeus e os Ágapes do Amor dos Cristãos – razão pela qual deve se revestir da maior seriedade. Não é uma brincadeira. É uma comunhão fraternal, razão pela qual é realizado longe das vistas profanas, portanto, deve ser evitado o excesso de bebida e de comida. Infelizmente, em algumas ocasiões, tem se presenciado, neste tipo de Ágape Sagrado, mera festa de comilança.

O Banquete Ritualístico é um momento de confraternização, que é exercer uma confraternidade, em nome de todos os Maçons do orbe terrestre, de salientar os laços que unem os Irmãos dessa Ordem Universal. Neste momento deve-se estar conectado com o Grande Arquiteto do Universo, entendendo que, no momento dessa confraternização, dever-se-ia estar recebendo o mesmo alimento espiritual, alimento propiciador de uma ligação espiritual forte, mantenedora de um laço invisível e inquebrantável, que deve estar isento de qualquer mácula, pois advém de seres Iniciados.

Ao final, e como prova de imortalizar toda felicidade reinante durante todo o Banquete Ritualístico, o Venerável DIONÍSIO ofertou aos presentes um chaveiro com os caracteres da Loja Aurora em primeiro plano e referência ao Banquete no seu anverso.

Diante do adiantado da hora a palavra foi concedida ao Eminente Ir.’. MAGELA que inicialmente justificou as ausências do Eminente Ir.’. JAFÉ TORRES e do Pod.’. Ir.’. LUCAS GALDEANO, os quais se encontravam cumprindo agenda social fora do Oriente.

A seguir uma galeria de fotos dos Respeitáveis Irmãos presentes ao Banquete.

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