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AS ACADEMIAS MAÇÔNICAS

É de sua finalidade estimular a arte, promover as letras maçônicas, fomentar a pesquisa nos campos da filosofia da Arte Real.

História – A ideia de formação de Academias nasceu a partir do momento em que nos Jardins de Academus, há exatamente dois mil e quatrocentos e doze anos atrás, Platão, o genial Platão, se via cercado por uma plêiade de moços, famintos do saber, sedentos do conhecer. Fundava-se ali a Academia de Platão, a primeira de todas as Academias. Platão – Foi discípulo de Sócrates, a quem considerava “o mais sábio e o mais justo dos homens”. Esteve no Egito onde estudou matemática e ciência com os sacerdotes. Viveu lá pelos anos de 387 a.C. Fundou sua própria escola de filosofia nos arredores de Atenas, num bosque, que levava o nome do legendário herói grego Academos.

Academia – Em literatura costumamos dizer que Academia é uma organização estruturada com leis ou estatutos próprios, de ordinário juridicamente reconhecido e destinado ao cultivo desinteressado de disciplinas literárias, científicas ou artísticas. Hoje, as Academias estão presentes em todos os recantos da terra, onde quer que haja homens focados no aumento de sua sabedoria, escorados no ideal da cultura, alimento essencial para o desenvolvimento do espírito. Por causa disso, a escola recebeu o nome de Academia (desde então centenas de milhares de academias foram fundadas no mundo inteiro). Até hoje empregamos as expressões “acadêmicos” e “disciplinas acadêmicas”. Era tecnicamente uma irmandade. As principais matérias eram a aritmética, geometria, astronomia e a filosofia. Na entrada da academia via-se a inscrição: “Aqui não entre quem não souber geometria”. Do ponto de vista de Platão, o homem era uma criatura dual: nosso corpo se constitui de terra e pó, como tudo o mais do mundo dos sentidos, mas também possuímos uma alma imortal. Platão achava que a alma já existia antes de vir habitar nosso corpo. Ela existia no mundo das ideias. Entretanto, no momento em que ela passa habitar o corpo humano, ela se esquece das ideias perfeitas.

Filosofia – O estudo da filosofia leva as pessoas a uma consciência crítica mais exigente. A filosofia desperta a interrogação, aprofunda a reflexão, pesquisa motivos ocultos, reinterpreta fatos, questiona regimes políticos, condições econômicas, estruturas sociais. Ridiculariza justificativas aparentes ou falsas. Após afirmações dogmáticas, a filosofia introduz a dúvida. Após colocações aparentemente definitivas, ela promove a avaliação de significados e valores e mantém vigilante a função crítica. Os setores filosóficos abrem fendas nos sistemas fechados, revelam outra versão da História, e fermentam a libertação. Sabemos que a medida do progresso é o ideal do homem. Daí por que a evolução da sociedade leva ao desenvolvimento do indivíduo, à concepção religiosa do espírito imortal, à universalidade da ética, à concepção do Deus único. Este é o intuito primeiro da filosofia pura, o intuito maior da filosofia maçônica. Aristóteles proclamou que “Nada se faz sem que haja uma razão suficiente”. De fato, não existe ação sem motivo. Toda ação visa alcançar um fim. Nossa filosofia estriba-se sobre a filosofia de quase todos os gênios que a Grécia nos legou. É filosofando que o homem perscruta, esquadrinha e descobre a razão do existir.

A cultura -– Nossas Academias devem primar pelo estudo, valorização e difusão da cultura maçônica e não ter vínculo com qualquer Obediência Maçônica, uma vez que a cultura não pode estar vinculada a questões políticas e tal vinculação limitaria seu âmbito de abrangência e o seu próprio desenvolvimento e finalidades. Sobretudo a cultura maçônica, é a meta, é o fim, é a razão de ser da Maçonaria. A Maçonaria “não se preocupa com fronteiras”, a Maçonaria “não se preocupa com raças”. Não há diferenças de raças para a Maçonaria. A Maçonaria é universitária. Para tanto, o que se exige dos Acadêmicos, antes de tudo, é o amor à Maçonaria, amor que leva o maçom, obrigatoriamente a dedicar-se ao estudo de nossa filosofia, tornando-se um pregador emérito de suas ideias fundamentais e extraordinárias, porque eternas!

A Academia e a Ordem Maçônica – A Academia está centrada na adequação aos tempos atuais, buscando formas de aumentar o valor da família dos seus membros e daqueles que se relacionam mais diretamente com a instituição, especialmente pela participação em seus eventos.

Inicialmente, a entidade se define como para-maçônica, sem qualquer vinculação com potências, mas se destina a maçons que “escrevem sobre assuntos diversos, maçônicos ou não”. Essa disposição de apoiar a família, como elemento básico da agregação social, forma por assim dizer uma ponte particular entre a instituição e a Ordem Maçônica, que de fato privilegia o núcleo familiar. A isso, a Academia acrescenta outros desafios, como um acentuado esforço de manter-se em atualidade com o progresso tecnológico; cultivo da filosofia maçônica, cultura da língua nacional, estudo dos problemas sociais e sua resolutividade e apoio ao progresso científico e, em complemento à literatura com o estímulo à Arte, à Ciência, à Cultura popular.

O ingresso – Em princípio o ingresso nos quadros das Academias Maçônicas não é uniforme, em geral está livre para qualquer maçom, mas ele precisa provar sua atuação no campo da Literatura, ou das Artes, ou da Ciência, seja com exemplares de livros publicados ou de veículos informativos (jornais, revistas etc.) onde tenha publicado algum trabalho de reconhecido mérito. Não são necessários diplomas ou graduações nem existe limite de idade. A conveniência e urgência são de tirar, do quase anonimato, os grandes e sábios Mestres Irmãos de nossa Ordem, conhecedores e depositários que são de profundos segredos, que ajudem a Ordem efetivamente a edificar uma sociedade justa e perfeita, onde o político volte-se à democracia, o economista, à uma distribuição justa das necessidades básicas, o professor à educação, o médico à saúde e o militar à segurança do País. No campo de relacionamento externo, pretende-se que as Academias intensifiquem o nível e o intercâmbio existente entre as mesmas.

Homenagem à liberdade de expressão – Não há democracia sem liberdade. Não há desenvolvimento sem liberdade. Não há dignidade sem liberdade. A liberdade de expressão é uma das formas de liberdade sem as qual não vive o ser humano com dignidade. É o ponto central da existência de todo mundo, de cada um de nós. A liberdade de expressão garantida na Constituição Federal, que proíbe “toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística”. A crise atual do País evidencia de forma extraordinária a importância da liberdade de expressão. A importância de poder dizer o que não agrada aos que estão no poder. A importância de tornar público aquilo que, feito à revelia da lei, se quer ocultar como garantia de impunidade. A importância de que a sociedade disponha de meios para conhecer o que acontece em seu país.

Concepção de um projeto – Fazendo um sobrevoo por algumas Academias, constatamos que em sendo independentes e capazes de tomar as mais graves decisões em respeito ao que prevê a lei, não é preciso lhes dizer o que venham dizer e como fazer. Contudo, sem querer abrir caminho para uma indevida ingerência externa no mérito de suas ações, mas como todo o maçom, acadêmico ou não, tem o direito humano de sonhar, devendo, porém, estar sempre alerta para despertá-lo da sua consciência racional e esta, em última instância, não lhe permite por força dos seus compromissos delirarem; os acadêmicos aprendem que são pessoas que resolvem devotar suas vidas a ajudar os outros, na esperança de tornar melhor o mundo onde vivemos, para que o seu trabalho seja inteligível para os confrades e para os demais Irmãos.

Conclusão – Os maçons que revelam a missão de escritor, de artista ou de cientista, e querem dar sua colaboração e não sabem o que se passa na Academia Maçônica, iniciando uma jornada rumo a realidade mais vasta, deve tomar precedência sobre qualquer outras pretensões neste mundo tão turbulento, desejando que haja mais amor entre os homens; que os poderosos amparem os fracos e oprimidos; que não se morra mais de fome, nem se vegete mais sem abrigo; que os povos se confraternizem no Bem, a mais alta de todas as ideias, para a perpetuação da própria espécie; que seja banida a ignorância da face da terra. ASSIM DEUS NOS AJUDE!

Autor: Valdemar Sansão

Fonte: JB News

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