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A MAÇONARIA INCOMPREENDIDA, APESAR DE JUSTA E PERFEITA

Caminhando sempre ao lado da verdade, com inabalável crença na existência de um Ente supremo, que é Deus, e na continuidade da vida após a morte, a Ordem Maçônica não atua como religião, identificando-se apenas como uma associação espiritualista, de formação adequada e compatível com a doutrina cristã, que se define nos dias atuais como uma verdadeira escola de aprimoramento moral, intelectual e espiritual de seus iniciados, sendo talvez uma de suas mais difíceis tarefas a elevação do nível de consciência do maçom, tirando-o – segundo consta de seus rituais – das trevas da ignorância, através de ensinamentos que lhe possibilitem assimilar com clareza o perfeito sentido da trilogia LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE, valores que, em conjunto, representam os fins supremos da Instituição.
Um aspecto esclarecedor de sua verdadeira personalidade aos não maçons é hoje a transparência. Sua face, antes tida como oculta, insondável, se fez estampar-se publicamente nos últimos tempos. Ela vem exibindo a sua identidade de modo claro e insofismável aos olhos dos curiosos, revelando o conteúdo de arquivos que no passado eram tidos como sigilosos e mantidos em absoluto segredo, mostrando não ter ela pacto com o demônio, não ser religião, não ser anticlerical e nem serem seus Templos lugares onde se praticam rituais de magia negra. Ela é apenas uma instituição de finalidade não lucrativa, que congrega homens de bons costumes, tementes a Deus, pertencentes a diversas religiões e que age com seriedade na consecução de seus objetivos.
O fato se confirma porque as leis, os princípios e postulados sobre os quais ela se sustenta já fazem parte de uma rica literatura que pode ser facilmente acessada por qualquer pessoa, bastando apenas disposição de quem se encontre interessado, para navegar na internet ou dirigir-se a uma boa livraria. Porém, neste sentido, há muitos trabalhos que atestam a verdade e outros tantos ou, talvez mais, que partem de autores inescrupulosos, falsos e mentirosos, apenas para confundir as mentes daqueles que não são maçons. Portanto, para se chegar a um juízo exato sobre o que é a verdadeira maçonaria, é recomendável o máximo de cuidado na distinção entre o trabalho elaborado com base em provas, com seriedade, com lisura, e aquilo que escrevem os invejosos, os detratores e inimigos gratuitos da mencionada instituição, pois estes últimos se inspiram apenas em suposições.
A maçonaria, como se sabe, não é algo abstrato. Ela para funcionar, a exemplo do que ocorre com os demais empreendimentos de finalidades lícitas, precisa de ter personalidade de acordo com as leis civis de cada país. No Brasil, é nos cartórios oficiais que são feitos os registros dos atos constitutivos dos órgãos representativos da Instituição. Nesses atos acha-se definida a personalidade jurídica de cada um deles (Lojas Maçônicas, Grão-Mestrados Estaduais, Distrital e Grão-Mestrado Geral), assim como, suas respectivas atividades, forma de administração e a finalidade a que cada um se propõe, tudo de forma pública à disposição de quem se interessar em conhecê-los. Há séculos marcando presença, praticamente em quase todos os países, exceto nos de governo comunista, ela se mantém resoluta e no firme propósito de trabalhar pelo bem da humanidade, sem se dissociar da obediência às leis civis, penais etc., do respeito à justiça e da defesa e preservação dos insubstituíveis princípios da ética e da moral.
Sua história, documentada e registrada, descreve que óbices incontáveis foram postos à sua frente, alguns quase insuperáveis, com o propósito de extingui-la ou, no mínimo, impedir o brilho de sua trajetória que, ao final, foi vitoriosa, apesar das violentas perseguições a que foi submetida.
Apenas um desses óbices ainda existe, afirma a maçonaria, e que a sua superação só não foi possível por estar o mesmo arraigado a injustificados sentimentos religiosos. É a rejeição que, há séculos, os altos dignitários da Santa Sé têm por ela, mantendo-a sob censura e acusando-a de ser uma “associação que maquina contra a Igreja Católica”.
Conforme se verá adiante, o rótulo é fantasioso e vem induzindo os referidos dirigentes do catolicismo ao cometimento de um grave e continuado erro contra a maçonaria, definido pelas regras do direito penal como crime de calúnia, o qual tem sua origem nos tempos de Clemente XII (1.738) e desde então vem resistindo ao tempo, alimentado por infundada e odiosa intolerância religiosa e parece que, pelo menos por enquanto, a cúpula da mencionada religião não está pensando em desistir dessa grotesca bobagem.
Maquinar é tramar em segredo algo prejudicial a alguém. É armar conspiração contra alguém. Ora, se a maçonaria é uma associação que maquina contra a Igreja Católica desde o ano de 1.738, conforme ela própria vem afirmando abertamente há centenas de anos, e tal como consta do seu Código de Direito Canônico (Cânone 1.374), não é de todo compreensível, muito menos crível, que uma instituição recheada de prestígio universal, e também de influência, como sempre foi a maçonaria, não tenha conseguido durante tantos séculos atingir a Igreja em seu poder temporal, em seus interesses dominantes ou em sua honra e dignidade, mediante trama em segredo de algo que, de uma forma ou de outra, lhe pudesse ser prejudicial, ou de armação conspiradora com o mesmo objetivo.
Para tornarem verdadeiras e confiáveis as acusações do alto clero do catolicismo contra a maçonaria, este ficaria em confortável situação se tivesse provas cabais e irrefutáveis a apresentar aos fiéis da Igreja Católica dos resultados de tais maquinações. O tempo já se faz longo demais para, em todo o seu curso, a maçonaria não ter conseguido prejudicar a Igreja Católica e para esta também, durante o mesmo tempo, não ter conseguido tornar pública nenhuma prova de possível prejuízo cujo resultado tivesse como causa o exercício da atividade maçônica.
Há ainda outros pontos em que a Igreja se debate contra a maçonaria. Num deles ela afirma que a Ordem Maçônica universal se divide em duas linhas e as identifica de forma irreal como sendo uma, a Anglo-saxônica, que abriga em seu seio corrente liberal, atéia e anticlerical. A outra, a Franco-Maçonaria, mais conservadora, deista, de tendência católica.

Na verdade, não há maçonaria ateia, deísta ou anticlerical. O que de mal existe não é a maçonaria anglo-saxônica, nem a franco-maçonaria, mas a denominada de maçonaria irregular, aquela que traz em sua formação nuances que a reprovam perante a maçonaria regular. Ambas as linhas acima mencionadas são regulares.
Para ficar provado que neste sentido a Igreja Católica mais uma vez se engana e é induzida a cometer outro erro, a maçonaria regular torna público o que consta de seus princípios gerais e postulados universais, onde ela se define como uma instituição essencialmente iniciática, filosófica, filantrópica, progressista e evolucionista.
Também, nada de comprometedor quanto ao princípio da religiosidade maçônica em relação ao catolicismo. Através das cláusulas imutáveis de seus Landmarks (de oriogem bíblica, provérbio 22:28), vigorados a partir de 1723, ela proclama apenas a prevalência do espírito sobre a matéria e a crença em Deus como criador do Universo, não sendo tendente a nenhuma religião. Quanto a este aspecto, acha por bem ser omissa, mesmo porque maçonaria não é ser humano dotado de espírito, mas apenas uma instituição.
Por outro lado, no que diz respeito à profissão de fé religiosa, postar-se na condição de neutralidade perante seus membros é, primordialmente, para criar um clima de descontração necessário no ambiente das reuniões, depois, para evitar conflitos, uma vez que, os seus quadros são compostos por homens de tendências religiosas variadas e, finalmente, porque seus objetivos não são os mesmos das entidades religiosas. Eles são outros bem diferentes e para alcançá-los ela precisa da união fraternal de todos os seus membros. Isto só é possível porque a maçonaria faz valer um de seus mais importantes princípios, o da “Liberdade”. Ao proclamá-lo, seu iniciado fica à vontade para decidir se quer continuar como fiel da fé religiosa que vinha praticando antes de ser maçom ou se prefere apenas continuar acreditando em Deus. Mas, ressalte-se que apesar desse livre arbítrio não há maçom deísta na maçonaria brasileira, ressalvadas raríssimas exceções, assim mesmo em número infinitamente menor que o dos brasileiros não maçons, muitos deles possuidores de excepcionais qualidades para pertencerem à maçonaria, que dizem acreditar em Deus, professar o catolicismo, mas há anos não fazem uma oração, nem vão à Igreja.
Tem-se então que a imputação feita pela Igreja Católica de ser a maçonaria uma associação deísta, também não procede, pois ela não induz, nem obriga nenhum maçom a ser deísta. Como deísta, entende-se a pessoa física que crê em Deus sem aceitar religião nem culto. Esse estado de espírito ela não transmite aos seus filiados, tendo em vista o mesmo nada acrescentar, em termos de resultado no desenvolvimento de suas atividades.
Pela razão acima, não são definidas, nem claras para os pesquisadores do assunto, as bases em que se sustenta a afirmação que os dirigentes máximos do catolicismo sempre fazem de ser a maçonaria uma associação deísta, a menos que seja por mera intolerância religiosa contra seus próprios irmãos, os maçons, homens de corações sensíveis ao bem e também filhos do mesmo Deus.

 

Fonte: JB News

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