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É uma forma de se admitir de se aceitar, modos de pensar, de agir de sentir, que diferem, dos de um indivíduo ou de um grupo determinado, cujo comportamento poderá ser social, político, religioso, maçônico, etc.
No caso da Maçonaria, a tolerância poderá estar restrita aos maçons entre si, às lojas ou obediências com relação aos seus membros, ou de grupos de membros em confronto com outros grupos.
Também temos que relevar que o conceito de tolerância varia de acordo com a época e a geografia, isto é, o tolerável de hoje poderá não ter sido o tolerável de dois séculos passados e mesmo no tempo presente não ser o mesmo em todas as partes do mundo.
Geralmente a tolerância na Ordem é aplicada de indivíduo para indivíduo.
Há em primeiro lugar uma necessidade primordial de se avaliar quem somos, em relação aos nossos Irmãos. Somos tão diferentes e ao mesmo tempo tão iguais, muito embora, ninguém é igual a outra pessoa. A maior parte dos Irmãos têm a noção errada de que a Iniciação nos torna todos iguais. Puro engano.
A Iniciação nos torna iguais em ensinamentos de princípios, valores morais, éticos, porem cada Irmão é diferente de outro. Cada Irmão terá a sua própria Iniciação, que não será apenas o recebimento na Ordem. Ela será vivenciada a cada minuto e durará toda a sua vida, e cada um a procurará à sua maneira. O dia do nosso recebimento formal na Ordem é apenas o recomeço de um período de nossa Vida.
É sabido que, sendo a mesma cerimônia para vários candidatos cada um a receberá dentro se si de maneira completamente diferente.
A diferença de cada ser humano com seu semelhante e consequentemente entre nós os maçons, está em nossos gens, na nossa criação, nas nossas crenças, nas aparências, nos costumes, nos sentimentos, na nossa análise de julgamento, na nossa mente, personalidade, inteligência, enfim, na nossa maneira de ser. Não existem dois seres iguais na face da terra, muito menos na Maçonaria.
Entretanto, como somos seres gregários, teremos a necessidade imperiosa de nos aproximar dos outros, e, uma das muitas maneiras, será através da amizade com tolerância para podermos conviver com nossos semelhantes respeitando valores obedecidos os quais terão parâmetros dentro da cada grupo social.

Para que haja tolerância e ela terá que ser bilateral será necessário sabermos o nosso limite de aceitar, porem cada Irmão deverá saber o seu.
A tolerância reside na harmonia de se conviver com os diferentes sem torna-los desiguais, eis outro grande ensinamento da Fraternidade.
Para sermos tolerantes será preciso antes de mais nada estudar a história da própria humanidade e da Ordem em si, alem de termos conhecimento sobre relacionamento humano. Não existe uma cultura espontânea ou autocriada. Todas as nuanças culturais buscam explicações simbólicas do mistério da nossa existência, tentando decifrar a própria Vida.
Precisamos sempre analisar com frieza se, não é a nossa própria insegurança que nos faz enxergar os outros como intimidadores ou como ameaças.
Precisamos também lembrar sempre que, se nos tornarmos pouco tolerantes, estaremos nos expondo e dando o direito ao nosso Irmão também de não ser tolerante para conosco.
Nas reciclagens periódicas de nossas ações, quando analisamos nossos procedimentos, nossa conduta perante a Sociedade e a Ordem, exercício mental que devemos pratica-lo com freqüência, para aferir se estamos conformes com a nossa Vida e com os outros, quando sempre promovemos uma verdadeira catarse mental, entre tantos pontos analisados, lembrarmos que a empatía é a tendência que deveremos sempre ter em mente, ao julgarmos um Irmão, mentalizando como sentiríamos se estivéssemos na situação e nas circunstâncias experimentadas pelo Irmão que estamos em vias de não ser tolerante para com ele.
Entretanto, temos que ter o discernimento bem justo para avaliarmos quais são os limites do tolerável cuja avaliação coerente é a chave para sermos tolerantes dentro da verdadeira definição e conceito do termo.
Nesta avaliação sempre teremos que ser precisos ao dimensionar os valores, sob pena de injustiçarmos um Irmão, não sendo tolerante para com ele, ou então por outro lado aceitando situações inaceitáveis, dentro do já frisado limite do tolerável.
É uma empreitada as vezes difícil de resolve-la. É um dos pontos fundamentais do relacionamento humano, que na prática maçônica é com freqüência até mais difícil que em outros instituições, apesar de parecer mais fácil, pois nos ensinam a ser fraternos mas ao mesmo tempo os melindres são mais evidentes, por causa da falsa impressão de que a Iniciação torna todos iguais.
Temos que estar preparados para ser tolerantes. Não podemos ser passivos e indulgentes com situações que firam os princípios da ética, da moral, e da lógica do nosso tempo. Não podemos dar guarida às coisas erradas, mesmo que sejam praticadas por um Aprendiz ou por Irmãos que se orgulham de altos graus, ou dirigentes da Ordem e, especialmente , estes. Porque? Porque manejam o poder e se quiserem, e geralmente o querem, poderão distorce-lo facilmente.
Tolerância não é conivência com situações irregulares, despotismo, tirania, mentiras, falsidades, inveja e tantas outras situações negativas.
Como se sentirá um maçom de sã consciência, no perfeito uso de suas faculdades mentais, repentinamente verificar que ele não terá apenas que tolerar seus Irmãos individualmente, o que é até certo ponto administrável, pois ele sabe perdoar o que pode ser perdoado, determinação esta que faz parte dos nossos ensinamentos e do relacionamento humano, descobrir, surpreso, estarrecido, atabalhoado, fatos e situações totalmente intoleráveis dentro sistema maçônico vigente.
A quem culpar, o maçom, ou o sistema? Mas quem criou o sistema?

A nosso ver o maçom move o sistema que criou, porem dada a sede de poder, vaidade, falta de conhecimento de princípios que maçons sábios do passado criaram, o sistema é totalmente distorcido e o próprio maçom torna-se seu escravo, acreditando ser um justo, quando na realidade é um crápula.
Quando se analisa os procedimentos dentro da Ordem que deveriam ser seguidos com seriedade, pois a maioria deles está inclusive escrita nos rituais, constituições, nos regimentos nos livros de autores sérios, relatando a história da Ordem, a sua verdadeira tradição, e outros documentos afins, veremos que nem sempre se pode tolerar certas situações, pois atualmente a mentira é confundida com a verdade, a ética com a não ética, a transparência com a obscuridade o certo com o errado.
Muitas destas distorções intoleráveis são históricas. E alguns querem que convivamos com elas sem contesta-las. Querem nos colocar uma viseira para não enxergarmos e afirmam que é assim mesmo, que está tudo certo. Querem bloquear nosso raciocínio, nossa inteligência, nosso direito de pensar.
Temos visto que em nome da tolerância muitos maçons que se calam quando deveriam gritar, denunciar, explodir. Aceitam o intolerável e acham que estão sendo solidários e fraternos. Outros vêem o que está acontecendo, porem acham que não poderão mudar nada. Calam-se, ficam mudos. Coitados, não sabem porque foram iniciados.
Existem situações na Ordem, que transcendem o limite da tolerância, as quais são uma das principais causas dos esvaziamentos da Lojas e de tantas outras desilusões as quais nem sempre os Irmãos têm a coragem de aponta-las, e por outro lado, infelizmente alguns, mesmo vendo-as, insistem em não enxerga-las para não atrapalhar sua gloriosa escalada de graus pagos. Outros, mais honestos, porem impotentes, preferem desistir e abandonam a Ordem, enquanto que outros, por interesses particulares se aproveitam muito bem desta mixórdia, especialmente alguns maçons que dirigem a maçonaria brasileira, com honrosas exceções, é claro. Existem dirigentes sábios, humildes, justos, bons e que dirigem com grande honestidade sua Obediência.
Quanto ao povo maçônico em si, não cabem estes comentários acres para a maioria dos Irmãos. Eles são direcionados para uma minoria, que jamais deveria pertencer à Ordem. Nós acreditamos em nossos Irmãos. Acreditamos nos maçons. Muitos poderão estar mal instruídos por suas lojas, mas são maçons pelo coração. são verdadeiros Irmãos, pedras brutas em fase de desbastação. Devemos acreditar nos bons Irmãos com tolerância e expurgar os maus.
Tolerância portanto, tem definição, tem conceito tem parâmetros e exige coragem, discernimento, e saber dimensionar o certo e o errado. É uma das principais qualidades que a Maçonaria exige de seus adeptos desde que estes a exerçam em sua plenitude.

 

Fonte: JB News

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