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“SINDICÂNCIA E REFLEXOS EM LOJA”

Ao longo do tempo percebe-se que a eficácia durante um processo de Sindicância para o ingresso na Ordem Maçônica, por mais que se tente, tem se revelado um tanto frágil e inconsistente.
É evidente que a indicação de nomes que venham a fortalecer as colunas de uma Loja é uma preocupação constante e inequívoca, porém ao longo desse processo percebe-se de parte dos próprios IIr.´. Sindicantes um despreparo significativo para poder abstrair informações e dados palpáveis que possam ser levados em conta e discutidos quando da proposição do nome do Candidato em Loja.
Esse despreparo vem desde a tênue explanação do que consiste a Maçonaria, quais as suas características, natureza, missão e princípios.
Além disso, a própria maneira muitas vezes equivocada ou inadequada de indagar o Candidato, ou seja; a forma como se pergunta e as respostas que são dadas.
Não raro, percebe-se que o Candidato, rigorosamente nem sabe o porquê efetivamente deseja ser aceito em nossa sublime Ordem.
A Curiosidade, tem sido instrumento constantes dessas aferições.
Os chamados Augustos Mistérios muitas vezes são as iscas algozes de que se valem esses candidatos que tanto anseiam participar de nossa fraternidade.
Em muitos casos ao perguntar-lhe o porque deseja ingressar na Maçonaria, as respostas revelam-se absolutamente inócuas, vagas e sem a menor noção de seu propósito.
E é justamente nesse instante que o Ir.´. Sindicante deveria agir com a máxima cautela, prudência e discernimento explicando ao Candidato que a Maçonaria tem por finalidade o combate a ignorância, mas sobretudo a busca pelo progresso do ser humano em sua plenitude através de um processo Iniciático que exigirá empenho, dedicação, estudo, leitura e comprometimento.
Inúmeros são os exemplos daqueles que foram admitidos em nossa Ordem, mas que rigorosamente não tiveram ou não têm nenhum compromisso com a mesma.
Esse despreparo acaba influenciando na própria dinâmica dos trabalhos em Loja, posto que IIr.´. não-talhados paro o ofício mal conseguem desempenhar mínimos requisitos durante uma Sessão, tais como : a Marcha do Grau, os Sinais e Toques e sobretudo mal conseguem responder ao telhamento referente ao grau em que se encontram.
Cabe destacar que essas incongruências advêm justamente do fato de uma Sindicância mal elaborada que em muitos casos acaba aceitando no seio da Ordem candidatos que não reúnem um perfil minimamente viável para que possam desenvolver-se ao longo de sua trajetória maçônica.
Em muitas ocasiões deparamo-nos com IIr.´. dotados de extrema arrogância, vaidade e destempero que demonstram absoluta incompatibilidade com aquilo que a Maçonaria propõe e que espera de seus Obreiros.
A necessidade de aparecer, de falar (mesmo que com uma verborragia deficiente ) e na maioria das vezes de forma inoportuna, ensejam uma aspecto desagradável e contraproducente no desenrolar de uma Sessão, tornando-a muitas vezes enfadonha, por falta de uma melhor orientação que deveria ocorrer desde o início, ou seja; quando o candidado foi entrevistado.
Que fique claro, contudo que isso não quer dizer que seja condição sine-qua-non que o Maçom seja dotado de extrema cultura ou intelectualidade. Nada disso. Mas o bom senso deve sempre imperar.
A Sindicância requer acuidade, agudeza na sua investida e sobretudo uma checagem detalhada sobre a vida pregressa do candidato.
É claro que existem as certidões de antecedentes que são exigidas antes de se proceder a entrevista e é fundamental que o Ir.´. Sindicante já possua elementos básicos do que poderá encontrar.
Posto isso, durante a entrevista em sí é sempre recomendável que quando a mesma for promovida na residência do Candidato que a esposa esteja presente.
Sentir o ambiente familiar é algo muito importante, sempre de forma ética, polida mas que se faça de maneira clara.
O mesmo se aplica no caso de uma entrevista no ambiente profissional.
Obviamente que sem jamais trazer qualquer tipo de constrangimento ou desconforto ao Candidato.
Conseguir abstrair daquele que pretende ingressar na Maçonaria seu temperamento, confiança, equiíbrio, sensatez nas respostas, e principalmente a sinceridade dos propósitos do Candidato são condições que o Ir.´. Sindicante deve buscar com o máximo esmero, contudo sempre pautado pela educação e pelo espírito esclarecedor.
Deixar evidenciado ao candidato que a Maçonaria não é uma Seita ou uma Religião é outro aspecto que deve ser claramente elucidado durante esse processo, posto que muitos Candidatos trazem consigo impressões equivocadas sobre a natureza de nossa Ordem.
Igualmente destacar a importância da responsabilidade econômica que o mesmo deverá arcar perante a Loja sem que isso venha trazer qualquer ônus a sua família.
Os exemplos de inadimplência são inúmeros.

Não raro deparamo-nos em Loja com Irmãos fazendo citações bíblicas, tecendo considerações eclesiásticas como se estivessem no seio de alguma Igreja. Isso chama-se falta de orientação.
Ainda reflexo de uma Sindicância mal elaborada encontramos hoje em dia um vasto número de Irmãos cujo linguajar tanto escrito quanto oral vem deteriorando e ferindo a própria semântica maçônica. Exemplo claro disso é a expressão “MANO” – hoje recorrente no seio da Maçonaria – tal qual torcedores de futebol que acabam por utilizá-la entre seus pares.
Isso é realmente lastimável, posto que em uma instituição cujos, Costumes, Usos e Tradições tão fortes e sedimentados como a Maçonaria, a forma de tratamento através do substantivo “IRMÃO” é o que denota em sí a força da própria FRATERNIDADE como aliança inquebrantável de nossas Obras.
IRMÃO SIM ! MANO NÃO !
O substantivo “Irmão” denota a clara relação de ligação, de união, de força, de espírito conciliador, de propósitos comuns que convergem para os princípios maçônicos de Igualdade.
Esse exercício deve ser obedecido aos primeiros contatos com aquele que pretende ingressar na Ordem, pois a Maçonaria é perene exatamente em razão das tradições que ela mantém.
Nesse sentido cabe exaltar que manter as tradições não significa ser retrógrado. Muito pelo contrário.
Significa sim, trabalhar pela manutenção de uma Instituição cuja maior preocupação reside na prática do bem e da busca pelo aprimoramento contínuo do ser humano.
É inegável mencionar que a Sindicância inconsistente e que não obedece critérios rígidos para o ingresso de novos Maçons à Ordem acaba por ensejar um êxodo muito grande de Irmãos que foram admitidos, compareceram em uma, duas ou poucas mais Sessões e simplesmente desaparecem, sem nem ao menos dar qualquer tipo de satisfação.
Trata-se de um episódio recorrente que acaba frustrando toda a Loja que se esmera por recepcionar o recém-iniciado e para a insatisfação de todos e em especial do Veneráve Mestre e do Irmão Apresentante produzir uma sensação de vazio e ao mesmo tempo de indignação.
Em nosso País o problema cultural e a desinformação acabam sendo os maiores entraves que encontramos no que se refere ao comprometimento e juramento solene que o candidato faz durante a sua Inciação. Seriedade e Disciplina são fatores que devem ser observados enfáticamente ao Candidato no processo de sindicância.
Talvez a falta de maturidade do Candidato aliada a falta de melhores esclarecimentos e orientações daquele que convida para o ingresso na Maçonaria sejam outros aspectos negativos que tem contribuído decisivamente para esse cenário desfavorável.
Lembrando por fim que o vocábulo sindicância é derivado etimologicamente de “sindicar + ancia” e significa Inquérito.
A palavra Sindicar tem sua origem em “Sindico + ar, e Sindico, do grego “Sundikos” e do latim “Syndicu”, era a denominação dada ao “antigo procurador de comunidade ou cortes”
O conceito de sindicar é o de tomar informações de (alguma coisa ou de alguém) por virtude de ordem superior; inquirir.” (Dicionário Etimológico)

 

Fonte: JB News

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