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OS QUATROS PONTOS CARDEAIS EM LOJA

Irmão Luiz Alberto Ramos Prestes
Loja Estrela da Serrinha n°. 2033)
Goiânia – GO Nesta oportunidade agradeço a designação recebida através do nosso V.’. M.’, para ocupar este espaço de estudos, embora entenda estar surpresos “o porquê” de nos ultimos 30 dias estarmos ocupando mais uma vez o “tempo de estudos”. Por entendermos merecedores do nosso respeito e desejoso de esclarecer este fato, o tempo ocupado por nós no ultimo dia 25 de março, haviamos trocado de data com nosso Irm. ’. Adailton que ocupou o tempo designado ao nosso Irm. ’. Oclécio no dia 4 de fevereiro, oportunidade que inicialmente fomos designados como seu substituto para apresentarmos o Tempo de Estudos. Então sem mais delongas, vamos à apresentação do tema desigando, que se intitula “Os Quatro Pontos Cardeais em Loja”. Cônscio da minha insuficiência, ainda assim ousei escrever algumas palavras de explanação, não de explicação, pedindo e esperando da vossa benevolência e fraternal amizade, antecipadamente a indispensável desculpa. Sabe se que os antigos hebreus se referiam ao que denominamos – Quatro Pontos Cardeais, colocando se na posição de um homem que olhasse o Sol Nascente. Assim, à palavra “direita” equipara-se a posição geográfica “sul”, e a palavra “esquerda” a posição geográfica “norte”, ficando assim evidente que Mão Direita e Sul são sinonimos, tomando como referencia as Colunas do Templo do Rei Salomão. Tem sido muitas vezes assinalado pelos comentadores bíblicos que o Templo de Salomão nunca se destinou ao acesso de numerosos fieis, mas apenas os sacerdotes oficiantes tinham permissão de adentra-lo, e ainda que os fiéis se congregavam no Pátio externo do Templo, de onde lhes seria dado ver as Duas Colunas (portanto deduzir, as mesmas encontravam-se do lado de fora do Templo).
Sempre houve muita especulação entre comentadores, maçonicos e não maçonicos sobre a localização das Colunas como “direita” e “esquerda”, uns tomam no ponto de vista de quem entra no Templo, e outros de quem sai. O problema, porém está aliado a uma pressuposição que está ligada à questão subsidiária da Orientação do Templo. A tentativa de solução do problema, tomando por base a concepção de que a posição das Duas Colunas é vista pela pessoa que entra no Templo, partindo-se da premissa que a primeira vista que se tem de um edifício é sempre de fora, e nunca de dentro. Por conseguinte, a primeira descrição de um edifício, ou de suas características externas (como se presume que o fossem as Duas Colunas) reflete sempre o ponto de vista do observador que desse edifício se aproxima e o avista pela primeira vez, e isso só pode ser, por força, do lado de fora. Esta concepção dos Pontos Cardeais nos é confirmada não só pela Enciclopédia Bíblica, mas também pela Enciclopédia Judaica, que garantem: – “O leste era chamado “à frente”; o oeste, “a parte de trás”; o sul, “à direita”; e o norte, a “esquerda.”

Ao realizarmos detidamente a leitura do nosso Ritual de Aprendiz, chama-nos a atenção do mencionar que o Templo Maçônico deverá ser construído no formato de um quadrilongo, detalhando que o comprimento deverá ser o dobro da largura, o que nos permite detalhar referencias acerca da movimentação dos IIrm.’. em Loja, destacando os Quatro Pontos Cardeais.
Observando-se a enorme simbologia existente nos ensinamentos e mistérios maçônicos, pois somos sabedores que a nossa Ordem deixou de ser operativa, considerando que as técnicas dos “Construtores” deixaram de ser empregadas nas construções dos Templos, Catedrais e Monumentos. Isso ocorreu em virtude da Ordem Maçônica ter passado a admitir em seus quadros neófitos que não eram artesões ou mesmo pertencentes a qualquer classe de artífices, começando a partir de então, a inclinar-se para o campo “especulativo”, ou seja, passou-se do campo material para se concentrar estritamente no campo espiritual, ético, politico e social. Mesmo assim procedendo, as ferramentas e termologia utilizadas em cada Grau remontam ao período do oficio dos Construtores (o Malho, o Cinzel, a Régua, o Esquadro, o Nível, o Compasso, o Prumo, a Prancheta, o Lápis, etc.).
Uma Loja Maçônica é em menor escala a fiel representação da Terra e do Universo, sendo que nós, os obreiros, deveremos procurar em nossas reuniões a harmonia com o G.’. A.’. D.’. U. ’., sendo que neste sentido os movimentos executados, devem seguir um padrão natural já estabelecido pela natureza, ou seja a do Movimento Solar.
Tomando conhecimento, através da leitura dos ensinamentos extraídos na obra intitulada “A Simbologia da Franco-Maçonaria”, aprendemos que: “Da mesma forma, todo o Rito se realiza e se desenvolve, tanto no tempo como no espaço; no tempo, porque os trabalhos maçônicos se realizam no período do Meio-Dia em ponto (Zênite Solar) até a Meia-Noite em ponto (Zênite Polar); e no espaço, considerando que tais trabalhos são executados seguindo a direção dos Quatro Pontos Cardeais, ou seja, do Oriente ao Ocidente e do Meio-Dia ao Setentrião. Assim sendo, em tudo isso se reconhece uma estrutura Circular e Cruciforme que abrange conjuntamente a ordem do Macrocosmo e do Microcosmo, religados ambos pela recriação de um gesto ou rito comum.”
Por tudo isso a Loja Maçônica sintetiza a totalidade da vida universal do Cosmo manifestado, até ser como a transfiguração qualitativa deste. É, pois uma imagem do Mundo, um protótipo dele, reduzido à sua forma essencial. Neste sentido, poderíamos aplicar a Loja Maçônica aquela frase escrita no Templo de Ramsés II: “Este Templo é como o céu em cada uma de suas dimensões e proporções.”.
Por um lado, a estrutura encompridada da Loja permite seguir o curso diurno do Sol, o astro que ilumina a Terra, partindo do Oriente (Leste) para o Ocidente (Oeste), passando pelo Meio-Dia ou Sul, por tudo isso, sendo uma imagem simbólica do Universo, a Loja esta ordenada pelas direções do espaço.
Como sabemos, existem inúmeras formas de nos orientarmos, sendo uma das mais simples, aquela que toma como referencia o movimento aparente do Sol. O Sol nasce sempre de um mesmo lado – à Leste (no Oriente) e se esconde – no Poente, ou seja, no Oeste (no Ocidente).
Usualmente, para designarmos o Leste ou nascente, aqui na Terra, esticamos o braço direito para o lado onde o Sol nasce, e o nosso braço esquerdo indicará então o lado oposto, ou seja, o Oeste ou Poente; ficando a nossa frente o Norte ou Setentrião e nas nossas costas teremos o Sul ou Meridional.

Esse mesmo processo poderemos aplicar a partir do movimento aparente da Lua, que se movimenta exatamente como o Sol, isto é, a lua também se move no sentido Leste para Oeste. Devemos lembrar que este deslocamento diário do Sol e da Lua, de Leste para Oeste, são sempre aparentes, pois na verdade, é a Terra que está girando em torno dela mesma (movimento de rotação).
Dessa forma e com este entendimento, poderemos discorrer sobre a posição e movimentação dos Irmãos em Loja, tomando como referencia os Pontos Cardeais e o percurso de movimentação do Sol.
O Venerável Mestre, representando a autoridade, ocupa o assento da Sabedoria, inicia e coordena os nossos trabalhos a partir da posição inicial do Sol (Zênite Solar), ou seja, a partir do Oriente (Leste) onde nasce a “Luz”;
O Segundo Vigilante, que representa a Beleza, senta-se na Coluna do Sul, onde o Sol atinge o seu ápice, local reservado aos Irmãos Companheiros, trabalhadores da Pedra Polida;
O Primeiro Vigilante representante da Força encontra-se sentado na Coluna do Norte, local reservado aos Irmãos Aprendizes, ficando com a responsabilidade pelo encerramento dos trabalhos e pelo Ocidente, aonde o Sol chega ao seu ocaso ou poente, significando o prenuncio do dia eterno de todos nós.
O percurso da Terra em torno do Sol é representado pela movimentação dos Irmãos Diáconos, Mestre de Cerimonias e Hospitaleiro, executado suas responsabilidades e designações, sempre no sentido horário.
Os Oficiais dirigentes da Loja, que são denominados de luzes, são os representantes do Sol em seus diferentes momentos de evolução diária.
Esses símbolos nos conduzem a um dos objetivos fundamentais da Ordem Maçônica, que é a harmonização entre todos os irmãos, através na crença no G.’. A.’. D.’. U. ’, buscando a construção do grande projeto que é a humanidade e de uma forma ordeira e racional, a luz da verdade, oculta na maioria das vezes atrás das aparências do nosso dia-a-dia.
A lição imediata que recebemos na Cerimonia da nossa Iniciação é da existência das três colunas mitológicas, identificadas como sendo a da Sabedoria, da Força e da Beleza. Colunas essas que representam também os três graus do Simbolismo Maçônico, determinados na Constituição de Anderson. Sob este novo prisma, iniciando pelo Oriente, o Venerável Mestre está intimamente relacionado ao planeta Júpiter, visto que representa a Sabedoria, regendo através dessa alegoria a visão, a prosperidade, a misericórdia, a liturgia, o sacerdócio, o mestrado e a felicidade. Essa função lhe confere prestigio, característica principal de Júpiter.
De forma obvia, os Irmãos Primeiro e Segundo Vigilantes são regidos respectivamente por Marte e Vênus, planetas que representam a Força e a Beleza, simbologia das Colunas onde tem assento. Marte rege o inicio, a coragem, o pioneirismo e o impulso; características que identificam sobremaneira os trabalhadores da Pedra Bruta; e Vênus destaca-se por reger a harmonia, o prazer, a alegria e a beleza como reflexo da manifestação do G.’. A.’. D.’. U. ’.

Temos que entender que o Grande Arquiteto trabalha a todo instante conosco, buscando construir em nós o Templo Perfeito, pois acreditamos que como Maçons trabalhando simbolicamente em Loja, objetivando assim fortalecer no Templo, os três “Pilares” representados pelas nossas Luzes, alcançaremos os reinos do Espirito e da Matéria, e dessa maneira, receberemos forças espiritualizantes destinada a cada um de nós; possibilitando ao encerrar nossas reuniões podermos distribuir “forças positivas para o Mundo”.
Entendemos que nossa responsabilidade reside no comparativo, de agirmos como um reservatório que lentamente capta a água de inúmeras pequenas correntes e por fim, transborda, irrigando tudo a nossa volta, como verdadeiros instrumentos que devemos ser do Grande Oriente Eterno, nos capacitando a distribuirmos forças para auxiliarmos a Humanidade.
Através dos escritos de René Guénon, somos instruídos que através dos antigos rituais operativos se necessitava a reunião ou o concurso de três mestres para que uma Loja pudesse trabalhar regularmente, representando cada um deles um determinado arquétipo espiritual ou Nome Divino Criador. Essa tradição simbólica permaneceu na Maçonaria atual e esses três Mestres não são outros que o Venerável e os dois Vigilantes, cujas funções respectivas se vinculam com um Atributo, Aspecto ou Nome de Deus. Ratificamos… Sabedoria, Força e Beleza são os nomes que recebem os três pilares ou três “luzes”.
Estimados Irmãos, esperamos entender conjuntamente que, o Templo é o corpo do homem. A construção do Templo é a evolução e a elevação de esforços para um fim superior, através do conhecimento da Verdade e da prática da virtude. O Templo de Salomão tem sido o nosso símbolo do corpo físico. Os quatro pontos cardeais do Templo, no corpo, são: a cabeça que corresponde ao Oriente; o baixo-ventre ao Ocidente; o lado direito o Sul e o lado esquerdo o Norte. Os construtores do Templo são os átomos do corpo físico. Sabemos ainda, como obreiros da existência dos três graus e que se dividem em três categorias. Os Aprendizes trabalhavam na parte inferior do corpo – o ventre; os Companheiros na parte média – o tórax, e os Mestres, na parte superior – a cabeça.
As duas colunas do nosso Templo (corpo) são os polos, positivo e negativo, representados pelas pernas esquerda e direita. A câmara do meio é o “Lugar Secreto”, ou o Mundo Interno do homem no coração ou peito. Apesar do grande número de obreiros dentro desse nosso Templo, devemos todos trabalhar, silenciosamente, na Obra do Grande Arquiteto, e não se ouvir nenhum ruído, porque esse Templo não foi e nem é construído por mãos humanas, nem por instrumentos materiais e metálicos.
Tomo a liberdade de sugerir, pensemos que o Compasso será sempre limitado pelo Esquadro; ou seja, nosso Circulo é limitado pelo nosso corpo.
Quatro representa o corpo físico imperfeito, assim como os desejos mundanos e apetites carnais que “pesam” o corpo para baixo.
Resta-nos refletir… “Que a vida humana é vulnerável e temporária, em contraste com a alma invulnerável e permanente.”

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