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La Tomatina e o Festival de besteiras e impropriedades em whatsapp

“A virtude é comunicável, mas o vício, contagioso. ”… (Marquês de Maricá).
É preciso exercer e exercitar sempre a virtude da Tolerância Fraternal! Mas não beirar jamais a uma permissividade eterna e danosa à evolução dos espíritos! Tolerância é diferente de Permissividade danosa. A Tolerância une, harmoniza, embeleza. A Permissividade desune, causa desagregação e cizânia.

Sabe-se que a tradição de “La Tomatina” nasceu em 1944, quando a zona da Alta e da Baixa da cidade de Buñol, em Valência, Espanha, foram fechadas para os participantes. A iniciativa partiu da Guloso, uma marca de polpa de tomate, que aproveitou para aí gravar um anúncio publicitário. [1].

As festividades acontecem até hoje na pequena Vila de Buñol, que se situa a 38 quilômetros da cidade de Valência. Durante a maior parte do ano, Buñol conta apenas com 9 mil habitantes, mas este número cresce imenso durante a La Tomatina (Festival de Tomates). Aproximadamente 100 mil pessoas atiram-se umas às outras cerca de 160 mil quilos de tomates.

Com relação à esta manifestação popular, (desconsiderando o desperdício de alimento), trata-se de um traço cultural de Buñol e reflete, no festival, muita alegria e congraçamento entre as pessoas participantes, união e reunião de pessoas em torno de um evento em que todos estão alegres por atirar e receber tomates difusamente.

Por outro turno, entretanto, ser alvo passivo de “extratos de tomates estragados” ou mesmo atirar “tomates podres” (uma das expressões que atribuo às mensagens de whatsapp que nos são bombardeadas, a toda hora e a todo instante, sem qualquer bom senso, das mais variadas matizes), como por exemplo: besteiróis sem qualquer propósito, – acreditando piamente que sejam engraçadas; imagens pornôs, acidentes horrendos, com vísceras e ossos expostos; violência de todo tipo; suicídios, “inchaços” de bom dia, boa tarde, boa noite e boa madrugada, com textos repetidos e “transferidos” não se sabe de onde, nem por quem; com ausência de produções de mensagens de própria lavra e repasses de “correntes” supersticiosas e chantagistas (quando se deve combater a superstição e a ignorância) e… haja “tomates podres”… e haja um “Festival de Tomates Podres” e asneiras de toda ordem e sendo atirados em todas as direções. Vocativa-se: “- Pelo amor de nosso Demiurgo! Até quando!? ”.

Não incomum é, que sempre que se clama pelo bom senso, pela racionalidade e pelos bons costumes, pela excelente postura maçônica que todos temos e devemos ter, os que escrevem ou falam a respeito de ética sejam taxados logo de “chatos”, “intolerantes”, “velhos”, etc., e por aí corre o trem dos predicativos no trilho dos “censores tomateiros”…. Sonho um dia em que veja, principalmente, grupos de whatsapp maçônicos sendo realmente bem utilizados e com cumprimento estrito ou fiel aos seus desideratos; seus objetivos, e que seus partícipes contribuam efetivamente, de maneira sensata, cortês, fraterna e elegante, de forma prospectiva, como construtores especulativos que todos somos e devemos ser. – Seria um sonho impossível ou distante? …. Uma quimera hodierna?

Às vezes me vem à mente tais impropérios postados em grupos de whatsapp que são verdadeiros absurdos inclassificáveis, limitando-me inclusive a não os declinar ou elencá-los com maior riqueza de detalhes aqui, por se poder comparar o raciocínio de algumas mensagens inapropriadas e em desalinho com o escopo dos grupos de whatsapp como “ir à praia vestido de terno” ou “dirigir-se de biquíni a uma igreja, montado num jumento”. As asneiras grassam e campeiam essa ferramenta maravilhosa que temos à nossa disposição que é o whatsapp. E a linha tênue entre a Tolerância e a Permissividade se esgarça, paulatinamente… causando um verdadeiro mal-estar e confusão, assim como grandes receios em tentar argumentar a respeito, devido à “hipersensibilidade” de muitos e ao mal entendimento e compreensão na comunicação escrita e virtual por outros, considerando-as como verdadeiras “verrinas”.

Devo pedir licença para externar, de modo fraterno e cavalheiro, com liberdade que temos todos nós de nos expressar, que é deveras lamentável, principalmente quando avistamos essas insistentes e repetidas postagens por Irmãos em grupos maçônicos de whatsapp, muito embora haja pedidos e súplicas dos seus administradores e participantes para que se não façam, fornecendo muitas vezes até fluxogramas ilustrativos e pedagógicos ensinando como se enviar uma informação útil, com credibilidade e sensatez. A título apenas de exemplo, comunica-se num grupo maçônico de whatsapp um falecimento de um ente de nossa Grande Família e, nem sequer ao trabalho de ler ou reler as postagens havidas, atiram-se “tomates podres” sem sequer perceber a incongruência cometida.

Pedidos de ajuda; doações de sangue, atendimento hospitalar e/ou de socorro não são devidamente lidas ou vistas. Passam-se ignorados. Por quê?! – Atribui-se, talvez, a um processo de “anestesia” assimilada por parte dos que estão recebendo tantos “tiros de tomates podres” continuamente e em larga escala, não podendo ou tendo o leitor como filtrar 100% do que é realmente útil e prioritário na comunicação de interesse maçônico. – E isso é preocupante!

Pois bem… Essa é a imediata comparação esdrúxula que faço entre os tiros de mensagens inapropriadas em whatsapp, assim como a falta de atenção em processo crescente de letargia dos leitores, o atirar de tomates em “La Tomatina” e o atirar de “tomates podres” a nossos Irmãos em grupos maçônicos de whatsapp, no que denomino tais atitudes de “Festival de Tomates Podres”, numa acepção metafórica e reflexiva.

Suscitam-se, portanto, várias reflexões… Será que não estaria eu sendo “intolerante”? Estaríamos todos sendo permissivos? Será que se não compartilhasse essas palavras, talvez não estaria sendo eu um omisso? Creio comportar reflexões a este articulista e aos leitores dessa peça de cantaria sobre esse “Festival de Tomates” que assola nosso mundo maçônico em espaços virtuais de whatsapp. Oportunamente, lembra-nos Marquês de Maricá [2], quando disse em 1837, em sua obra Máximas, Pensamentos e Reflexões (1813): “A virtude é comunicável, mas o vício, contagioso. ”…

Por derradeiro, se foram colocadas lentes de aumento sobre essas questões, peço aos fraternos leitores relevarem as gradações com a mesma ou maior Tolerância Fraternal que exercitamos amiúde nos grupos maçônicos de whatsapp, frente ao “FE-BE-A-MÁ” (“Festival de Besteiras que Assolam a Maçonaria”, – parodiando o nosso saudoso Stanislaw Ponte Preta [3] em seu FE-BE-A-PÁ).

 

Alexandre L. Fortes

M.I. Gr. 33° – CIM 285.969

A.R.L.S. Ir. Cícero Veloso N° 4.543 – GOB-PI

 

REFERÊNCIAS
[1] – https://pt.wikipedia.org/wiki/Tomatina.
[2] – Marquês de Maricá (Mariano José Pereira da Fonseca) nasceu no Rio de janeiro, no dia 18 de maio de 1773. Era filho do comerciante português Domingos Pereira da Fonseca e da brasileira Tereza Maria de Jesus. Formou-se em Filosofia e Matemática pela Universidade de Coimbra.
[3] – Sérgio Marcus Rangel Porto (Rio de Janeiro, 11 de janeiro de 1923 — 30 de setembro de 1968) foi um cronista, escritor, radialista e compositor brasileiro. Era mais conhecido por seu pseudônimo Stanislaw Ponte Preta.

FONTES
https://www.pensador.com/autor/marques_de_marica/biografia/
https://www.ferias-espanha.pt/Bunol/artigos/a-la-tomatina-de-valncia-a-maior-luta-de-comida-do-mundo

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