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EGRÉGORA MAÇÔNICA – DÚVIDAS E AFIRMAÇÕES

Eis um tema que tem sido objeto de inúmeras considerações, debates e até mesmo de questionamentos quanto a sua representatividade no universo maçônico.
Trata-se da Egrégora Maçônica.
O substantivo EGRÉGORA refere-se a um conceito espiritualista segundo o qual a conjunção de pensamentos de um grupo forma uma espécie de entidade viva e invisível, capaz de auxiliar os membros de tal agrupamento.
Em função da Egrégora, grupos iniciáticos habituam-se a se reunir nos mesmos locais, dias e horários com o intuito de fortalecer e emanar pensamentos e vibrações positivas na colaboração de uma Grande Obra.
Assim o faz a Maçonaria – que via de regra reune-se em Lojas – sobretudo à noite – entre 20h00 e 22h00 – momento em que a maioria dos Maçons já cumpriu a sua atividade profana e é a ocasião propícia para se entregar em oficina ao trabalho espiritual, filosófico e filantrópico em favor da arquitetura social.
A comunhão de forças emanadas a partir de energias físicas, mentais e emocionais de um grupo de pessoas em frequencias e energias acumuladas é uma propulsora em favor do bem comum.
Quando pessoas se reunem ao redor de um único objetivo, estas formas-pensamento (EGRÉGORAS) se somam e geram algo maior, mais dinâmico e mais incisivo em favor da humanidade.

Quanto mais concentrados, intensos e constantes forem estes pensamentos, maior o campo de atuação desta egrégora.
Eis aí um dos segredos e a base da Ritualística, ou seja, da “repetição”. Algo como um mantra.
Na Maçonaria a busca incessante pelo Bem da Humanidade tem como objetivo desenvolver a Egrégora como uma energia construtiva esotérica e metafisicamente.
Talvez possa estar aí depositada a tradição do ritual e das cerimônias Templárias das diferentes tradições.
O eixo girando sempre no mesmo sentido, velocidade e harmonia é um exemplo vivo e em especial no Rito Escocês Antigo e Aceito onde a marcha inequívoca no sentido-horário contribui para a manutenção da EGRÉGORA ao curso dos trabalhos em Oficina.
O trabalho templário regular, constante, harmônico somado aos interesses superiores de seus praticantes é fonte geradora de um nível vibratório elevado, alimentador constante de uma Egrégora capaz de gerar paz, evolução espiritual e conhecimento aos que dela usufruem.
Cabe, contudo, deixar em aberto um questionamento inquietante e até certo ponto instigante, posto que há escritores e doutrinas maçônica que rejeitam o culto à Egrégora Maçônica, por entenderem que se trata de um termo novo, um neologismo, um exercício que não se revela ritualístico.
Há, contudo, a Doutrina composta de escritores de características Ocultistas – que entendem sim que a Egrégora é parte inerente da Obra e deve ser observada.
Exemplo crasso do respeito à EGRÉGORA pode ser observado através de um postulado que a Maçonaria propõe chamada de Cadeia de União – que é uma “corrente” que une e é formada por múltiplos anéis interligados entre si, sem princípio e nem fim, evidencia a união perfeita, igual e imutável daqueles que aceitaram unirem-se por Laços Fraternos.
Sendo a Egrégora formada pela congregação de várias pessoas voltadas para um pensamento afim, a mesma é formada pelo desejo dos irmãos voltados para o seu semelhante, é o desejo da liberdade, da igualdade e da fraternidade, tríade de sustentação na formação de uma sociedade justa e perfeita.
Eis o porque o sentido de introspecção de que o Maçom deve estar imbuído desde o início da Sessão, visto que o elo que nos une como se verdadeiros irmãos começará dentro da mística maçônica a se formar.
Comportamentos profanos nesta hora devem cessar para dar lugar não apenas em respeito à cerimônia que se inicia mas pelo menos à ética maçônica que todos os Irmãos devem observar.
É fato que cada Loja tem sua própria Egrégora particular e esta deve estar sempre em harmonia dentro das suas características e nuances de seu ambiente.
Para que a Egrégora seja forte e acima de tudo eficáz, a Loja não pode ser um palco de vaidade, mas sim uma síntese de trabalhos proativos buscando sempre a harmonia e um equilíbrio de alma e espírito onde a pedra seja lapidada de maneira produtiva, livre de imperfeições e em favor de toda a fraternidade universal sob a égide constante do Amor, da Liberdade de Pensamento e do Respeito entre os Irmãos.
Jamais emulado pela Fé ou Religião, mas por uma força energética, material e tangível a EGRÉGORA se desencadeia em um campo de força material.
Quanto às doutrinas maçônicas, cabe seguinte citação do escritor J. Boucher em “A Simbólica Maçônica” : “Chama-se egrégora uma entidade, um ser coletivo originado por uma assembleia, cada Loja possui a sua egrégora, cada obediência possui a sua, e a reunião de todas essas egrégoras forma a grande EGRÉGORA MAÇÔNICA” .
A bem da verdade inúmeras são as interpretações e em especial nos Ritos Maçônicos de cunho sobejamente esotéricos como por exemplo o Adonhiramita, onde as referências egregoriais ganham vasta amplitude de referências, origens, explanações e exemplos que se desencadeiam em Sessões.
Em literatura maçônica mais atual, o autor maçônico Orlando Soares da Costa, em sua coleção MAÇONARIA ADONHIRAMITA diz:
“O nosso corpo, tal como o planeta Terra, é um verdadeiro campo eletromagnético. Basta um pequeno conhecimento de física elementar para saber que nosso corpo físico é uma grande bateria. Cada célula do nosso corpo é ligada a três dos nossos sistemas: o Nervoso, o Circulatório e o Imunológico. Interessa-nos neste momento apenas o Nervoso.
Este como sabemos, é formado por miríades de pequenos feixes capilares que se encontram em dois grandes eixos, os sistemas nervoso simpático e parassimpático, que se unem em um eixo central que é a medula, que conduz toda a carga energética ao conjunto cerebral em nossa caixa craniana, através do hipotálamo.
A capacidade de carga elétrica é de tal ordem que, pode-se dizer e afirmar mesmo, um homem pode gerar altíssimas voltagens, capaz de materializar e desmaterializar qualquer coisa.
O campo eletromagnético formado em torno do nosso corpo se expande ou se retrai em função da frequência que nossas células e a energia por elas produzidas e transmitidas estiverem vibrando. Como o semelhante atrai o semelhante, quanto mais altas foram as nossas vibrações, mais altos seres são atraídos para nós. Quanto mais baixos elas forem, atrairemos o que há de pior no Universo. Assim o nosso corpo também está relacionado com o ambiente em que vivemos. Quanto mais imundo, mais baixas as suas vibrações, e piores os seres por ele atraídos. Quanto mais limpo e perfumado, mais puros e elevados serão os seres por ele atraídos e formados.”
Este efeito ocorre em uma loja Maçônica. Quando há harmonia entre seus membros, sincroniza a EGRÉGORA.”
Há também uma forma de entendimento que dá conta que é na abertura da Loja, e específicamente com a leitura do Salmo 133 da Bíblia através do Orador no Grau 1 que a EGRÉGORA ganha vida e força. Ou seja, quando se enuncia o prazer da convivência em união fraterna simbolicamente comparável ao óleo de consagração e ao orvalho que umedece Jerusalém e dá vida à natureza.
O entendimento ainda dá conta que inobstante Grau 1, 2 ou 3 é no exato momento da abertura do livro da lei em que se abre a loja inicia-se a formação da EGRÉGORA, cujo campo maçônico se interlaça com o da espiritualidade.
Para se crer e entender o significado da EGRÉGORA impõe-se primeiramente acreditar na existência do espírito. Neste sentido a Constituição de Anderson em seu Landmarks de número 20 exige do maçom uma crença na vida futura.
Diante de tantas dúvidas e afirmações fica em aberto para reflexão e aprofundamento de estudos o significado desta Força Incógnita que o ser humano ainda investiga, e em especial que a própria Maçonaria discute.

 

Fonte: JB News

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